Acaba de sair a
revista da Associação de Comandos, Mama
Sume, comemorativa dos 50 anos dos Comandos – 1962/2012. No Editorial do
Presidente da Direcção, José Lobo do Amaral, é referido o papel extraordinário desempenhado
por este Corpo militar de escol no meio século da sua fecunda e brilhante
existência. Sem nunca vacilarem na fidelidade ao seu “Código Comando”, merecem
as palavras com que se encerra o Editorial e que cumpre aqui deixar também
expressas:
Trazem
com eles o tempo todo em que se fez Portugal –por isso, se o Reino foi feito
por soldados, como escreveu Mouzinho, Portugal é e será também obra de
comandos.
Mais uma vez tive a honra de colaborar nesta revista. Neste
número, com um artigo intitulado Origem e significado do 1º de Dezembro.
Permito-me transcrever aqui o último parágrafo.
Para aqueles que se julgam sobreviventes da
Arca de Noé e cujo passado foi levado nas enxurradas do Dilúvio, começando a
vida apenas com o presente, o 1ª de Dezembro nada significa. Pelo contrário, a
maioria dos portugueses sabe que o futuro só se constrói com raízes lançadas no
passado, como a boa árvore que não fenece, porque se fixa em terra firme, arada
por séculos que a fertilizaram e enriqueceram. O dia da feliz restauração não
assinala somente o regresso da independência política e as naturais
consequências que daí advieram. Representa muito mais: o espírito de sacrifício
do povo português, a sua capacidade de resistência, o seu amor ao trabalho são
e honesto, a crença inabalável num futuro melhor, em suma, a forte
personalidade de uma Nação que não se deixou vergar nem abater nos momentos de
maior dificuldade, de profunda tristeza e até mesmo de enxovalho da comunidade
internacional. Serão outros os tempos, mas os exemplos ficam. E servem de
referência e de estímulo para enfrentar os momentos mais difíceis. Daí a
necessidade de permanentemente os lembrarmos para que a nossa identidade se não
perca nas areias de este nosso tempo que o inconstante vento tão facilmente
dispersa e desfaz.
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